terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Capoeira

Teriam os escravos trazido da África a capoeira ou teriam criado aqui no Brasil? Esta é uma dúvida que até hoje divide folcloristas, etnógrafos e estudiosos no assunto. Não temos registro da existência da capoeira ou qualquer outra forma similar à capoeira no continente africano. Em 1966, Inezil Penna Marinho esteve em Angola pesquisando uma possível origem da capoeira, chegando a conclusão que ela era inteiramente desconhecida lá, quer entre os eruditos, quer entre os nativos, a cujas festas religiosas e danças guerreiras assistiu. A situação dos negros escravos aqui e no seu país de origem era muito diferente: Lá eram livres, aqui escravos. Logicamente foi no Brasil que a capoeira teve suas raízes formadas. Nas práticas religiosas a que os africanos se entregavam, as danças litúrgicas, ao som de instrumentos de percussão, desempenhavam papel de grande relevância, pois o ritmo bárbaro exacerbava-lhes a gesticulação, exagerava-lhes os saltos, exercitava-os na ginga do corpo, dotando-os de extraordinária mobilidade, excepcional destreza, surpreendente velocidade de movimentos. E é a estes rituais religiosos, que pesquisadores atribuem o surgimento da capoeiragem. Disse Charles Ribeyrolles, um francês que aproveitou o tempo vivido em nossa terra - exilado por Napoleão III - para retratar os costumes do lugar: "No sábado à noite, finda a última tarefa da semana, e nos dias santificados, que trazem folga e descanso, concedem-se aos escravos uma ou duas horas para a dança. Reúnem-se no terreiro, chamam-se, agrupam-se, incitam-se e a festa principia. Aqui é a capoeira, espécie de dança pírrica, de evoluções atrevidas e combativas, ao som do tambor do congo.". Capoeira - Arte Marcial Brasileira Por ocasião da Guerra do Paraguai, muitos capoeiras foram enviados para a frente de batalha, lá se fizeram heróis, portadores de grande sangue frio, coragem e audácia (tendo-se em conta que a maioria dos combates exigiam muitos confrontos corpo à corpo). Porém, a luta da Capoeira não acontece com objetivo de competição entre os camaradas. Quando o jogo degenera em luta explícita, já não ocorre a Capoeira. O objetivo da luta é tornar o capoeira senhor de si mesmo e integrado ao grupo.

Capoeira Angola


Mestre Pastinha – O mago da Capoeira

Vicente Ferreira Pastinha, nascido no dia 05 de Abril de 1889, em Salvador (BA), aprendeu capoeira com um negro chamado Benedito.
Era contagiante seu entusiasmo pela capoeira, o brilho nos olhos como se estivesse falando se sua própria vida!
A capoeira exerceu na personalidade se Pastinha um fascínio que o transformou num predestinado para o ensino desta arte. Era contagiante como Pastinha mantinha o ensino da capoeira. Por este motivo, é considerado na Bahia, no Brasil e no mundo como o legítimo representante da capoeira angola, cujo folclore seu estará sempre ligado.
Uma das maiores figuras da Bahia, um dos poucos a cruzar o Atlântico e chegar até o continente Africano, convidado pelo ministro das relações exteriores do Brasil para integrar a delegação Brasileira para o Primeiro Festival de Artes Negras de Dakar, realizado na África em 1966.
Em 13 de Novembro de 1981, Sexta-Feira, a capoeira da Bahia e os capoeiristas em todo o Brasil entristeceram com a perda do maior Mestre que a capoeira já conheceu.


O Jogo da Angola

Ao pé do Berimbau, estão dois capoeiristas, acocorados de cabeça baixa. Parecem perdidos em seus próprios pensamentos, é uma forma de concentração interior, lentamente levantam a cabeça e observam o cantor, enquanto este continua a ladainha. O coro sempre respondendo na medida em que o nível de energia e magnetismo da roda vai crescendo.
O canto e o ritmo lento e hipnótico do toque da Angola vão tomando conta dos jogadores acocorados. Suas mentes devem estar livres de idéias ou pensamentos.
O cantor continua puxando a Ladainha e lhes dá o comando para início do jogo através da Chula e da senha “Iê dá volta ai mundo” e então, inicia o Corrido.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


CAPOEIRA REGIONAL


A Capoeira Regional foi criada entre o final da década de 1920 e início da de 1930 por Manuel dos Reis Machado, o Bimba. Seus pilares são a capoeira primitiva (mais tarde chamada de Angola) e o batuque (samba-luta), somados, claro, à genialidade do Bimba.
Coerente com a natureza dinâmica da Capoeira, a Regional foi concebida como uma "obra aberta", culturalmente elástica, com capacidade para integrar-se com outras culturas, influenciar e recepcionar influências, experimentar novos inventos, preservando, contudo, sua originalidade, a integridade dos seus princípios, fundamentos e sua relação mítica com a cultura negra: ginga, manha (malícia), música, culto à ancestralidade e religiosidade.
A Capoeira Regional não se caracterizou, exclusivamente, como uma nova forma de jogar capoeira, mas teve implicações de outras ordens. Modificou os modos de relacionamento da capoeira com a sociedade que a reprimia, ganhou proteção jurídica, estendeu as possibilidades para a sua prática, penetrando em espaços sociais solidificados (como, por exemplo, academias, escolas, clubes sociais, quartéis, palácio do governo ...). Estabeleceu a capoeira como um ofício, dando dignidade profissional a sua prática, através de suas atividades (aulas, shows, apresentações). E ganhou rigor pedagógico, criando um sistema para sua transmissão e o primeiro método de ensino do mundo.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Regional_(capoeira)"