sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O samba de roda e suas origens

O Samba de Roda, como o próprio nome diz, se caracteriza por uma roda em que as mulheres, e também os homens, começam a sambar de tal forma, que todos os capoeiristas presentes acabam entrando no samba. As rodas são sempre animadas e cheias de alto astral e nelas, as mulheres mostram toda sua sensualidade de uma maneira graciosa.


Geralmente, o Samba de roda começa após o encerramento das rodas de capoeira gerando a descontração de todos. Na Bahia, o Samba de Roda é feito em diversos lugares e ocasiões, porém, são muito comentadas aquelas que acontecem nas festas de largo de Salvador.

Em alguns terreiros de samba de candomblé como o da Mãe Alice (na Bahia), o Samba de Roda pode ser visto e apreciado na sua forma mais tradicional. As famosas baianas da Mãe Alice como Nita, Edinha, Marinalva, Joselita, entre outras, fizeram parte da chamada TURMA DE BIMBA, nos anos 50 e 60.

O Samba de Angola (toque) só é usado para a execução do samba de roda e do samba duro. No samba de roda da angola, enquanto os instrumentos tocam, o povo dança, à maneira dos africanos, aos pares ou em grupo.

No samba duro, que só é permitido para homens, enquanto sambam aplicam rasteiras entre si.

Samba de roda é uma variante musical mais primitiva do samba. É um estilo musical tradicional afro-brasileiro, associado a uma dança que por sua vez está associada à capoeira. É tocado por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, acompanhado principalmente por canto e palmas. Sendo um legado da cultura afro e transmitida através das escolas de capoeira. O Samba de roda não é um estilo de Capoeira, mas é uma dança que está dentro da aprendizagem do Capoeirista.

O Samba de Roda no Recôncavo Baiano, é uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado, principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. Em muitos eventos de Capoeira podemos ver uma bela demonstração de Samba de Roda.

Foi um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.



Origens

O samba teria surgido por inspiração, sobretudo de um ritmo africano, o Semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos.

Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original.

Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social. O Samba de roda também é muito semelhante com o jongo.

Samba é uma palavra provavelmente procedente do Quimbundo: semba, que significa umbigada, empregada para designar uma dança de roda popular no Brasil. Músicas essas dançadas pelos escravos e que se desenvolveram em uma área que vai do Maranhão até São Paulo.

Semba (Sem: Paga – Ba: Não Pago), conta à lenda que um filho havia roubado o pai, depois de muita procura o pai encontrou o filho, onde fizeram uma discussão, o pai cobrava o filho: PAGA, e o filho respondia: NÃO PAGO. Então essa conversa em repetida ficava SEMBA, SEMBA, SEMBA, o povo que assistia a conversa começaram a bater palmas, dando um sentido musical para aquela discussão, daí nasce o SEMBA, logo o SAMBA. Então, a família para lembrar do ocorrido, todos os anos faziam aquele ritmo, porque afinal o pai perdoou o filho que pagou, ou seja, devolveu o que havia roubado.